sexta-feira, 28 de maio de 2010

Bom dia

Segue uns textos que recebí num e-mail e que gostei bastante. Para pensarmos um pouco! Até onde vai nosso individualidade? Bjóks.

Maiakovski

Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin… escreveu, ainda no início do século XX:
Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.

Depois de Maiakovski…

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com issoEu não era negro
Em seguida levaram alguns operáriosMas não me importei com issoEu também não era operário
Depois prenderam os miseráveisMas não me importei com issoPorque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregadosMas como tenho meu emprego Também não me importei
Agora estão me levandoMas já é tarde.Como eu não me importei com ninguémNinguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)

Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;já não havia mais ninguém para reclamar...

Martin Niemöller, 1933
- símbolo da resistência aos nazistas.
Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...

Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007

O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski.
Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio: porque a palavra, há muito se tornou inútil…

- até quando?...

Um comentário:

  1. O filme menino de pijama mostra um drama que choca à quem assiste. Infelizmente temos o costume de ñ nos importarmos c/os que nos rodeiam por acharmos que ñ estamos envolvidos e prejudicados de certa forma. Temos é mesmo que assistirmos a jornais, ñ ficar de fora dos acontecimentos, porque podemos sim fazer algo! basta termos iniciativa, e se ñ tivermos recursos temos o poder da oração.

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